Professor Ismar
Primeiro ano
Primeiro bimestre
Conteúdo curricular
Primeira parte
Capítulo II-Os naturalistas ou filósofos da physis
1-Os primeiros jônicos e a questão do "princípio" de todas as coisas
a) Tales de Mileto
b) Anaximandro de Mileto
c) Anaximenes de Mileto
d) Heráclito de Héfeso
2-Os pitagóricos e o número como princípio
3-Xenofánes e os eleatas: a descoberta do ser
a) Xenófanes
b) Parmênides
c) Zenão
d) Melisso de Samos
4-Os físicos pluralistas e os físicos ecléticos
a) Empédocles
b) Anaxágoras de Clazômenas
c) Leucipo, Demócrito e o atomismo
d) O retorno ao monismo: Diógenes de Apolônia e Arquelau de Atenas
Aula 1
Tales de Mileto
O pensador ao qual a tradição atribui o começo da filosofia grega é Tales, que viveu em Mileto, na Jônia, provavelmente nas últimas décadas do século VII e na primeira metade do século VI a. C. Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a água. Pelo que se tem conhecimento, Tales não deixou nada escrito. Só conhecemos o seu pensamento por meio da tradição oral indireta.
Como nota Aristóteles em sua exposição sobre o pensamento de Tales, o “princípio” é “aquilo do qual derivam todos os seres, é uma realidade que permanece a mesma através do processo gerador de todas as coisas. Em suma, o “princípio” pode ser definido como aquilo do qual provêm, aquilo no qual se concluem e aquilo pelo qual existem e subsistem todas as coisas. Assim, os filósofos que, a partir de Tales até o fim do século V a. C., indagaram em torno da physis foram denominados “físicos” ou “naturalistas”.
Anaximandro de Mileto
Provável discípulo de Tales, Anaximandro nasceu por volta de fins do século VII a. C. e morreu no início da segunda metade do século VI. Anaximandro sustentou que a água já é algo derivado e que o “princípio” (arché) é o infinito, o indefinido. O termo usado por Anaximandro é apeíron, que significa aquilo que é privado de limites. De acordo com Anaximandro, “De todas as coisas extraem o seu nascimento aí também é onde se cumpre a sua dissolução segundo a necessidade; com efeito, reciprocamente sofrem o castigo e a culpa da injustiça, segundo a ordem do tempo”.
Provavelmente Anaximandro pensava no fato de que o mundo é constituído de contrários, que tendem a predominar um sobre o outro (calor e frio, seco e úmido etc.). A injustiça consistiria precisamente nessa predominância. O tempo é visto como juiz, à medida que estabelece um limite a cada um dos contrários, pondo fim no predomínio de um em favor do outro e vice-versa. Mas está claro que “injustiça” não é apenas a alternância dos contrários, mas também o próprio fato de serem contrários, pois para cada um deles o nascimento implica imediatamente na contraposição ao outro contrário. E como o mundo nasce da cisão dos contrários, nisso se identifica a primeira injustiça, que deve ser expiada com a morte (o fim) do próprio mundo, que, depois, renasce ainda segundo determinados ciclos de tempo, indefinidamente.
Questões
1) Qual foi o pensador ao qual a tradição atribui o início da filosofia grega?
2) Qual o período em que viveu Tales de Mileto?
3) Em qual região da Grécia antiga em que viveu Tales de Mileto?
4) Qual o princípio de todas as coisas defendido por Tales de Mileto?
5) Como o texto define o princípio de todas as coisas?
6) O que significa a palavra arché, no texto?
7) Em que período viveu Anaximandro?
8) Qual o significado da palavra apeíron, no texto?
9) Qual era o princípio de todas as coisas, segundo Anaximandro?
10) Interprete a citação do texto acima, referente a Anaximandro (utilize o texto acima para auxiliar em sua interpretação)